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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

As vozes do silêncio



Calei-me enrubescida

diante da vergonha que

doía em boca do estômago

e ainda tonta,

desapontada encolhí-me ao olhar

grossas lágrimas

que provoquei

nos olhos do meu irmão

franzino, miúdo

mas suportava na alma

o peso da miséria

fábrica de fome

moendo impiedosa

a dignidade que

hoje é só sonho

a cada lágrima

um grito

na dor crescente

da consciência

que não deixá-me

sentir outra coisa

senão culpa

impotência

vozes do silêncio

em rasgos da alma



10 comentários:

  1. Por mais que nós gritemos, eles não nos ouvem,

    Beijinho*

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  2. VAL..
    como é forte o grito da fome!!!
    por quanto tempo ainda veremos coisas assim???
    quantas crianças ainda morreraõ de fome por conta da ganancia e do desamor???
    fico triste, mas o poema é profundo.
    tenha um fds de paz.
    bjuivos no coração.
    loba.

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  3. Até quando iremos sentir a indiferença desta sociedade perante a maior das vergonhas da Humanidade????
    Tens um coração enorme Valéria!

    Beijos, querida!
    AL

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  4. Lembrei de Caetano..gente é pra brilhar, não pra morrer de fome. Lamentável!!
    Val, minha irmã querida...sempre genial. Beijooos

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  5. Aii, amiga!

    Difícil não chorar e lamentar diante de um quadro desses,
    muito triste!

    Grande é a sua sensibilidade!

    (Adorei ver o selinho alí do lado!)

    Bjs querida!
    є ѕ t є я

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  6. Caramba!!! Que texto!!!
    E olhe que depois de colocar um post sobre anorexia, que eu vim ler seu poema...

    Está é uma verdadeira confissão de um ser necessitado e sem esperança.

    Parabéns...

    Bjsss

    Hubner Braz (Confissões Insanas)

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  7. sentimo-nos impotentes perante esta dura realidade
    beijo e boa semana

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  8. A fome é frágil, facilmente saciada.
    Mas quando assim não querem é insistente,
    alimentando somente as ilusões sem fim.
    Também cito Caetano.
    "Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome"
    "Gente espelho da vida, doce mistério".
    Fica nossa revolta e desejo de que não seja só em nossos pratos que esteja o alimento de todo dia. Um futuro que alimentaremos a bondade humana.
    Beijos!

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