Momento tenso, atormentado
pelo eco ensurdecedor do recuar
do rasgar de unhas a alma
e o mastigar lento dos anseios
cuspidos para fora do corpo de alguém
como parte morte e imprestável
pisoteado pela vaidade pútrida
quando pesa nos ombros da realidade desenganada
intolerado em persistir
amaldiçoado em bocas cheias de dentes
descrentes, sorridentes
deboche despeitado, esvaziado
pune com socos em boca do estômago
esbofeteando os sonhos
sem medo de ferir a existência
debulhada em momentos picados
de instantes mágicos
imaginados ou sustentados de imaginação
mas que respira por veias quentes
pulsa em pedaço de carne no peito
como no tic-tac do relógio
arrastando o tempo através da vida
e a vida através do incômodo sentimento
Poema forte. Não é fácil enfrentar o medo em qualquer uma das suas diferentes manifestações. O medo cala; extingue a palavra falada e escrita, enquanto o pensamento grita, obrigado à morte em vida.
ResponderExcluirBjs, Valéria, bom fim de semana. Inté!
Valeria, realmente teu poema reflete muito bem essa entidade que margeia a todos nós. Abraços
ResponderExcluirVAL..
ResponderExcluirFORTE TUDO QUE ESCREVEU.REALISTA, VERDADEIRAMETE LINDO.
SOU TUA FÃ!!!
LINDA NOITE DE SÁBADO E DIAS QUENTES PRA VC.
BJUIVOS NO CORAÇÃO.
LOBA.
O medo é devastador.
ResponderExcluirVem devorando a alma, vem acuando, e dilacerando.
Senti ele aqui nestas tuas linhas.
Senti-o no desespero da poetisa, que mesmo assim, não omite a beleza do poema.
Mas passa... Tem que passar!
Um beijo, abraços.
tenho medo de ter medo, um receio enorme.
ResponderExcluirbeijinho grande*
a vida tem destes momentos. mas vencer o medo é aprender a viver
ResponderExcluirum beijo
Valéria,
ResponderExcluirHá uns ângulos aqui bastante interessantes: recuar faz barulho e arranha a alma, com unhas.
Um beijo.
Ola Valéria: Lindo e bem forte este teu poema e tambem bem verdadeiro adorei.Bom domingo para voce.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Palavras fortes que definem muito bem esse sentimento. Só um poeta sabe expressar com palavras o que se passa na alma diante de momento assim.E, você o fez.
ResponderExcluirBeijinhos, querida.
O medo que tantas vezes nos impede de viver, saltar a janela.
ResponderExcluirum abraço
tulipa
Boa noite menina Valéria!
ResponderExcluirGostaria de te ofertar esses singelos versos, colhidos nas ruas de uma cidade, que creio eu, tu conheces, assim como eu.
Anônimos
Anônimos nas calçadas; gentes fervilham...
São rostos, caras, rotos, sofríveis, apinhados.
Misturando-se ao clamor de um futuro, esperam.
Rostos feios, esperançosos, famintos, roubados...
Miseráveis, perto do shopping, longe da glória.
Disputa por espaço, por um Brazil, um Eldorado...
Tão perto de Deus, tão perto do nada,
Povo... Sem identidade,
Angustiado, quieto, calado.
Lá vem chuva... Tempestade...
Lá vem presságio;
Junto, vem lágrimas...
Dívidas, dúvidas...
Lá vem promessas;
Lá vem Deus...
BEIJOS DO TEU LEITOR.
Obrigada pela amizade minha querida, obrigada*
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